quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

INCLUSÃO DIGITAL, SOFTWARE LIVRE E GLOBALIZAÇÃO CONTRA-HEGEMÔNICA.

Sem dúvida, nesta introdução será necessário tratar um conjunto preliminar de questões, tais como, a utilidade, precisão e as prováveis finalidades do conceito de exclusão digital, a emergência da denominada sociedade informacional e o uso das tecnologias da informação na consolidação da globalização hegemônica e da ampliação das desigualdades no planeta.

Afinal, em um país com 11,4 % de analfabetos entre as pessoas acima de 10 anos de idade e com 50.7% da população recebendo até 2 salários mínimos1, qual o sentido de se falar em exclusão digital? A exclusão digital não seria uma mera decorrência da exclusão social? Seu enfrentamento não seria conseqüência da melhoria de condições de vida e renda da sociedade? Em outras palavras, até que ponto o combate a esta exclusão seria importante diante de tantas carências?

Para responder tais indagações é indispensável decidir do que estamos falando quando empregamos o termo exclusão digital. Uma definição mínima passa pelo acesso ao computador e aos conhecimentos básicos para utilizá-lo. Atualmente, começa a existir um consenso que amplia a noção de exclusão digital e a vincula ao acesso à rede mundial de computadores. A idéia corrente é que um computador desconectado tem uma utilidade extremamente restrita na era da informação, acaba sendo utilizado quase como uma mera máquina de escrever. Existem inúmeras outras definições, mas nesta introdução o termo em questão será considerado como a exclusão do acesso à Internet. Portanto, a inclusão digital dependeria de alguns elementos, tais como, o computador, o telefone, o provimento de acesso e a formação básica em softwares aplicativos.

A partir desta definição precária, mas fundamental, quem seriam os excluídos digitais do Brasil? Estaríamos mais incluídos que os nossos vizinhos pobres da América Latina? Os dados sobre a universalização do acesso à Internet ainda são bastante incipientes e as projeções são discutíveis, variadas e por vezes conflitantes. Incluir a questão do acesso à rede mundial de computadores no Censo e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios é uma medida estratégica para conhecer corretamente o fenômeno e sua evolução.

Hosts nas Américas
(fonte: Network Wizards 2002)

País
Julho/02
Jan/02
Class. Jan/02

Estados Unidos*
113.574.290
106.182.291

Canadá (.ca)
3.129.884
2.890.273

Brasil (.br)
1.988.321
1.644.575

México (.mx)
1.004.637
918.288

Argentina (.ar)
486.296
465.359

Chile (.cl)
130.095
122.727

Uruguai (.uy)
72.320
70.892

Colômbia (.co)
46.896
57.419

Rep. Dominicana (.do)
46.046
41.761
10º
Venezuela (.ve)
22.541
22.614
10º
11º
Peru (.pe)
14.611
13.504
11º
12º
Costa Rica (.cr)
8.022
8.551
12º
13º
Panamá (.pa)
7.700
7.825
13º
14º
Trinidad e Tobago (.tt)
6.726
6.872
14º
15º
Guatemala (.gt)
6.161
5.603
15º
* (.edu, .us, .mil, . org, .gov e gTLDs)



Segundo o IBGE, Censo 2000, apenas 10.6 % dos domicílios possuem computador em um contexto em que menos de 40 % deles possuem telefone fixo. De acordo com um levantamento feito pela Network Wizards, o Brasil possuir o maior número de hosts2 de Internet da América Latina, sendo o 10º do mundo. Por outro lado, em termos relativos, temos menos usuários de telefone que nossos vizinhos Argentina e Uruguai e um número relativo menos usuários individuais de Internet que Chile, Argentina e Peru.


SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
INDICADORES DA AMÉRICA DO SUL


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